A influência das ocorrências globais no meu mercado é algo que tenho ponderado recentemente. Ao analisar os diversos conflitos mundiais, como a prolongada guerra entre Rússia e Ucrânia, os tensionamentos no Mar Vermelho e os boicotes a produtos de certos países, percebi uma conexão intrigante com o mercado brasileiro.
Recordo-me das aulas na faculdade, quando um professor de economia nos alertou para o impacto direto que a crise em um país pode ter em nós. O exemplo dado na época foi a situação da Argentina, que enfrentava dificuldades e ameaçava entrar em guerra civil.
Voltando a essa lembrança, o professor explicou: “Se a Argentina enfrenta uma crise, a bolsa brasileira é afetada imediatamente, gerando repercussões até em nações maiores”.
Analisando os tempos atuais, destaco o caso do Mar Vermelho, onde conflitos na região resultaram no bloqueio do acesso a navios pelos armadores. Essa situação impacta diretamente no mercado, refletindo no custo do frete internacional, mesmo para rotas que não passam por lá. Os valores dos fretes globalmente são afetados, passando de, por exemplo, USD1.200,00 em um “mundo em paz” para USD1.800,00, pois nenhum armador quer perder seus ganhos. Além disso, se houver clientes naquela região, a logística torna-se um malabarismo, com possíveis transbordos e trajetos terrestres, encarecendo a operação.
É fundamental compreender que eventos aparentemente isolados podem desencadear efeitos em cadeia pelo mundo. A pandemia foi um exemplo claro, onde um incidente na China resultou na disseminação global de um vírus, exigindo adaptações de todos.
Assim, em vez de rejeitar o aumento de 15% no frete devido a conflitos em uma determinada região, é importante reconhecer que esses ajustes de valores decorrem de situações alheias ao nosso controle. Isso se aplica a diversas áreas, e compreender esse aspecto é fundamental.